MEDICINA LEGAL - TRAUMATOLOGIA - CONCEITO, CARACTERÍTICAS e ESPÉCIES. - Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe
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MEDICINA LEGAL – TRAUMATOLOGIA – CONCEITO, CARACTERÍTICAS e ESPÉCIES.

TRAUMATOLOGIA FORENSE

CONCEITO, CARACTERÍSTICAS e ESPÉCIES

Traumatologia é o estudo dos traumas.

TRAUMA nada mais é do que AÇÃO DE UMA ENERGIA capaz de produzir LESÃO. Logo, uma ENERGIA VULNERANTE. Vulnerar é lesionar. 

Essa ENERGIA que fere é chamada de ENERGIA VULNERANTE.

Assim, TRAUMA é a ação da energia vulnerante. Se a energia fere, o resultado dessa energia é a lesão. Assim, LESÃO é o resultado do TRAUMA.

Os TRAUMAS e as LESÕES vão ser estudados na TRAUMATOLOGIA.
Para que o trauma possa transferir essa energia para o corpo deve haver um
objeto que o faça.

OBJETO é qualquer material perceptível aos nossos sentidos, seja ou não manufaturado pelo homem.

Os que foram manufaturados para desempenhar determinado trabalho, função, leva o nome de INSTRUMENTO.

Assim, todo INSTRUMENTO (particularizado) é um OBJETO (amplo), mas nem todo objeto é um INSTRUMENTO.

Os OBJETO e INSTRUMENTO são os meios pelos quais a energia vulnerante
será transferida para o organismo.

Temos, então, OBJETOS  e INSRUMENTOS VULNERANTES são os meios pelos quais a ENERGIA VULNERANTE será transferida ao organismo. 

FORMAS DE LESÕES a DEPENDER DO MOVIMENTO DO AGENTE VULNERANTE

 

ATIVA: O agente vulnerante choca-se contra a vítima. Movimenta-se contra a vítima. 

PASSIVA: quando a vítima se desloca contra o agente vulnerante. A vítima se choca contra o agente vulnerante. 

MISTA: Tanto o agente vulnerante quanto a vítima se chocam, colidem-se. Eles se chocam.

Para entender como ocorre as lesões decorrentes dos agentes vulnerantes de ordem física-mecânica, é necessários atentar para a fórmula abaixo:

Ec é Energia Cinética (energia dos corpos em movimento)

m é massa (do objeto ou instrumento vulnerante)

v é velocidade ao quadrado

Supondo o uso de instrumento (martelo, agente vulnerante) de determinada massa e velocidade, ao atingir o alvo (cabeça de uma pessoa), transfere certa quantidade de energia vulnerante provocando uma lesão. Assim, conforme se aumenta a velocidade empregada para atingir o alvo, maior será a quantidade de energia vulnerante transmitida, causando maior lesão. Ou seja, o mesmo agente vulnerante, a depender da velocidade empregada, a lesão será maior ou menor. 

Por outro lado, o resultado será diverso, se a massa do instrumento (agente vulnerante) empregado variar mantendo-se a mesma velocidade. Ou seja, a lesão será tanto menor ou maior a depender da massa do agente vulnerante com a mesma velocidade.

Ainda, para melhor compreendermos a incidência de agentes vulnerantes de ordem física-mecânica, é necessário observar a fórmula:

 

P (pressão) é o resultado da relação força exercida aplicada sobre a superfície

F é a força aplicada sobre a superfície

A é área ou superfície sobre a qual é aplicada a força. 

Como é aplicada em termos práticos a fórmula acima no uso de AGENTES VULNERANTES de ORDEM FÍSICO-MECÂNICA.

Imagine uma determinada força aplicada sobre uma superfície plana. A força será distribuída sobre toda a superfície (sola do sapata), resultando em uma lesão menor, uma ferida contusa, equimose, por exemplo.

No entanto, a mesma força exercida sobre uma superfície pequena, toda ela (força) irá se concentrar sobre esta, resultando em dano maior, in casu, uma lesão perfurante no crânio, por exemplo, podendo causar a morte. 

Pela imagem abaixo, percebe-se que a força sobre uma superfície larga, plana, aplicada no pescoço, em caso de estrangulamento, não deixará vestígios. 

Se o laço for largo, aplicado sobre o pescoço de uma pessoa,  irá distribuir sobre a superfície corporal, não deixando vestígios algum, em regra. 

Por outro lado, laço fino, resulta em um SULCO no pescoço, em vestígios. 

Em resumo, o surgimento do vestígios irá depender não só da intensidade da força exercida, mas também da superfície larga ou fina sobre a qual a força será exercida.

 

 

 

 

Agentes vulnerantes

Energia Vulnerantes

Tipo:

1) Energia Física

SUBTIPOS DE ENERGIAS VULNERANTES DE ORDE FÍSICA

1.1) Mecânica – exige o movimento do agente vulnerante, sendo o movimento do agente (ativo, contra o alvo, ex projeto de arma de fogo), da vítima (passiva, vítima que se desloca contra o agente vulnerante) ou de ambos (tanto a vítima e o agente se deslocam um contra o outro, por isso mista). Movimento para que o efeito lesivo ocorra.

1.2) Elétrica
1.3) Térmica
1.4) Sonora
1.5) Barométrica
1.6) Luminosa
1.7) Radiante

2) Química

2.1) Ácidos
2.2) Bases
2.3) Tóxicos

3) Biológica

3.1) Vírus
3.2) Bactérias
3.3) Protozoário
3.4) Vegetais
3.5) Animais

4) Mista

4.1) Físico-química
4.2) Biomecânica

 

AGENTES VULNERANTES FÍSICO-MECÂNICOS:

 

Agente Contundentes (não pode ter ponta nem gume, logo só contunde). Possui superfície plana ou romba. Não possui aresta. Não corta, mas rasga. Não perfura, nem corta, mas apenas contunde (rasga a pele, por exemplo). Age sobre um plano com pressão. Lesão em Plano. Predomínio de Pressão.

Agente Perfurantes (tem apenas ponta). Não tem gume. Age com pressão para perfurar. Há predomínio pela pressão. 

Agente Cortantes (tem apenas gume, não tem ponta). Há deslizamento sobre a pele. Lesão em linha. Age mais por deslizamento do que por pressão.

“Lesão em Arco de Violino” 

Misto (mesclar) pode ser: 

1) pérfuro-cortantes (possui ponta e gume, logo perfura e corta)

2) pérfuro-contundentes

3) corto-contundentes

 

Aspecto da lesão e mecanismo de ação:

Contundente – a lesão tem superfície plana ou romba, daí a lesão é plana (aspecto) e age predominantemente por pressão (mecanismo). A superfície de contato com o alvo é sem aresta ou ponta.

Perfurante – o aspecto da lesão é em ponto, já que tem ponta, mas não tem gume, e o agente age por pressão. A superfície de contato com o alvo é em com uma ponta.

Cortante – a lesão é em linha e o mecanismo de ação é predominantemente por deslizamento, mas também tem um pouco de pressão. A superfície de contato com o alvo é o gume do instrumento cortante.

ATENÇÃO: A lesão não tem aparência de ARCO DE VIOLINO, mas a maneira como o agente vulnerante cortante age, DESLIZANDO, provocando uma LESÃO em LINHA.

 

 

ASPETO DA LESÃO

FORÇA PREDOMINANTE

AGENTE VULNERANTE

SUPERFÍCIE DE CONTATO COM O ALVO

PONTO 

PRESSÃO

PERFURANTE

PONTA

LINHA

DESLIZAMENTO

CORTANTE

GUME

PLANO

PRESSÃO

CONTUNDENTE

SEM ARESTA OU PONTA

 

 

ASPECTO DA LESÃO

MECÂNISMO DA AÇÃO – MOVIMENTO – PREDOMÍNIO

TIPO DE AÇÃO, AGENTE ou INSTRUMENTO

PLANO

PRESSÃO

CONTUNDENTE

PONTO

PRESSÃO

PERFURANTE

LINHA

LINHA

CORTANTE


LESÕES E MORTE POR AÇÃO CONTUNDENTE

MECÂNISMOS DE AÇÃO

 

a) PRESSÃO

b) TRAÇÃO

c) TORÇÃO

d) DESLIZAMENTO

 

LESÕES MAIS COMUNS

FECHADAS

ABERTAS

RUBEFAÇÃO

ESCORIAÇÃO

EQUIMOSE

FERIDA CONTUSA

BOSSA

FRATURA EXPOSTA

HEMATONA

AMPUTAÇÃO

ENTORSE, LUCHAÇÃO

MUTILAÇÃO

FRATURA FECHADA

ESMAGAMENTO

LESÕES e MORTE por AÇÕES CONTUNDENTES.

Nada impede que um INSTRUMENTO CORTANTE ou PÉRFURO-CORTANTE, como a faca, produza uma AÇÃO CONTUNDENTE, desde que o uso ocorra com o cabo, mas isso não o torna (faca, por exemplo, instrumento pérfuro-cortante de um gume) um INSTRUMENTO CONTUNDENTE, permanecendo um INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTE.

 

 

Instrumento contundente não pode ter nem ponta nem gume. A característica dos instrumentos contundentes é o peso.

Mas, de qualquer forma, o instrumento leva o nome relacionado às lesões
que ele habitualmente gera, mas ele pode agir de forma anômala sem que isso mude sua natureza.

Uma ESPADA, que seria um instrumento corto-contundente, se bater de lado na pessoa produzirá uma AÇÃO CONTUNDENTE, mas isso não muda o tipo de instrumento que ela é, ou seja, alteração para instrumento contundente.

Pode exercer uma AÇÃO CONTUNDENTE, agindo de forma excepcional, anômala, mantendo-se sua natureza como sendo uma instrumento corto-contundente.

Por ora é isso, pessoal!

Em outra postagem, tecerei comentários sobre LESÕES e MORTES DECORRENTES DE AÇÃO CONTUNDENTE.

Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe

O Delegado Ronaldo Entringe é um estudioso na área de preparação para Concursos Públicos - Carreiras Policiais, e certamente irá auxiliá-lo em sua jornada até a aprovação, vencendo os percalços que irão surgir nesta cruzada, sobretudo através do planejamento estratégico das matérias mais recorrentes do certame e o acompanhamento personalizado.

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