MEDICINA LEGAL – TRAUMATOLOGIA FORENSE - LESÕES E MORTE POR BAROPATIAS - "MAL DAS MONTANHAS". - Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe
No momento, você está visualizando MEDICINA LEGAL – TRAUMATOLOGIA FORENSE – LESÕES E MORTE POR BAROPATIAS – “MAL DAS MONTANHAS”.

MEDICINA LEGAL – TRAUMATOLOGIA FORENSE – LESÕES E MORTE POR BAROPATIAS – “MAL DAS MONTANHAS”.

BAROPATIAS

“MAL DAS MONTANHAS”

 

Inicialmente, ressalta-se tecer algumas considerações para fins de melhor compreender o que seja “Mal das Montanhas” no estudo relacionado à Baropatias.

Com a diminuição da pressão atmosférica, há a diminuição de oxigênio e de gás carbônico e o indivíduo passa mal.

É o chamado mal das montanhas.

Ocorre em altitudes acima de 3 mil metros, com o ar rarefeito, a temperatura e a pressão diminuem, resultando em menos ar e quantidade de oxigênio.

Vejam a tabela abaixo:

 

 

Note que no nível do mar a quantidade de oxigênio é de 760 mm de mercúrio, nas grandes alturas é de 400 mm de mercúrio.

 

ATENÇÃO: O entendimento teórico para o “Mal das Montanhas” se aplica para o “Mal dos Aviadores”, mas em relação a estes somente se o avião não possuir o sistema de despressurização.

Para o “Mal dos Aviadores”, a escassez de ar resulta em hipóxia e hipotermia.

 

Pelo conceito, Baropatia é o estudo das alterações infligidas ao corpo humano decorrente da permanência em ambientes com pressão elevada ou reduzida.

Roberto Blanco, doutrinador, conceitua o “Mal das Montanhas” como, in verbis:

 

Alterações no corpo humano provocadas pela rarefação do ar em grandes altitudes, podendo resultar em morte por:

 

a) Hipoxia: ausência de oxigênio no corpo humano;

b) Hipotermia: baixa temperatura, provocada pela ausência de oxigênio, resultando na impossibilidade de se queimar energia para se aquecer. Ocorre ocorre quando a temperatura do corpo humano encontra-se abaixo dos 35°C. A causa é a longa exposição ao frio intenso, em ambiente com temperaturas muito baixas. O corpo humano libera mais calor do que retem, resultando na diminuição da temperatura corporal. 

c) Desidratação: o vento provoca a evaporação de água do corpo humano.

Por outro lado, o corpo humano submete-se a uma pressão atmosférica, ao nível do mar de 760 mm de Hg Hg=Mercúrio=Hydrargyrum), equivalente à pressão de uma coluna de 10,33 metros de água ou de atmosfera.

 

Hygino Hercules, citando a Lei de Dalton, afirma que quanto maior é a altitude, menor será a pressão parcial do oxigênio (ou seja, como 0 ar fica mais rarefeito, justamente por causa de uma pressão menor, isto também influencia na pressão parcial de cada gás presente na atmosfera).

Ainda ao nível do mar, podemos dizer que a pressão parcial de oxigênio é de 159 mmHg (milímetros de mercúrio), ou seja, aproximadamente 20,93% do total do peso de uma coluna de mercúrio, que é de 760 mmHg,

 

À medida que o alpinista vai subindo a montanha, o ar respirável vai tornando-se rarefeito. Com o percentual de oxigênio diminuindo à medida que sobe a montanha, o alpinista começa a sentir os efeitos, sintomas a saber:

 

Diretamente, em razão da diminuição da pressão ambiente:  sangramento nasal, hemorragias oculares, bucais e até cerebrais;

Indiretamente, em razão da diminuição do oxigênio alveolar:  taquicardia, náuseas, vômitos, diarreia, insônia, cianose dos lábios e unhas, dor abdominal, cefaleia e debilidade;

 

A título de curiosidade, o que é Doença dos Monges?

 

A poliglobolia é uma adaptação de quem reside em altitudes com menor pressão atmosférica e em consequência menos oxigênio disponível.

Por conta de efeito, tem-se a produção de glóbulos vermelhos aumenta e consequentemente provoca a captação de maior e melhor quantidade de oxigênio disponível.

 

O que é Poliglobulia Compensadora??

 

Essa doença foi desenvolvida pelo pesquisador Carlos Monge.

Trata-se de uma forma crônica do mal das montanhas, com atividades de eritropoietina (EPO), aumento da hematopoese, Poliglobulia Compensadora, gerando maior risco de trombose, dedos em baqueta de tambor (os dedos ficam alargados na extremidade). 

Essa doença surge em decorrência do aumento de glóbulos vermelhos. Em grandes altitudes, com o decorrer do tempo de permanência, o corpo humano desenvolve eritropoietina (éritro = vermelho),
que é o produtor de glóbulo vermelho.

Trata-se de hormônio que provoca o aumento do número de glóbulos vermelhos no corpo da pessoa, no intuito de captar o pouco oxigênio que entra.

Em regra, uma pessoa, tem 5 milhões de glóbulos vermelhos em cada milímetro cúbico de sangue. Por conta dessa nova circunstância do corpo humano, passa a a ter de 6 a 7 milhões. Esse aumento de glóbulos vermelhos visa compensar a baixa oxigenação.

No entanto, essa circunstância pode levar a morte. Isso porque os glóbulos vermelhos aumentam a quantidade de sangue tornando-o mais espesso e viscoso, resultando em uma circulação sanguínea  mais lenta, podendo obstruir pequenos vasos, levando a trombose em vários vasos, culminando por estourar alguma veia importante. 

 

Por ora é isso, pessoal!

Bons Estudos!

Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe

O Delegado Ronaldo Entringe é um estudioso na área de preparação para Concursos Públicos - Carreiras Policiais, e certamente irá auxiliá-lo em sua jornada até a aprovação, vencendo os percalços que irão surgir nesta cruzada, sobretudo através do planejamento estratégico das matérias mais recorrentes do certame e o acompanhamento personalizado.

Deixe um comentário