MEDICINA LEGAL - TRAUMATOLOGIA - INSTRUMENTOS PERFURANTE - Lei de Filhos e Langer - Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe
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MEDICINA LEGAL – TRAUMATOLOGIA – INSTRUMENTOS PERFURANTE – Lei de Filhos e Langer

LESÕES OU MORTES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFURANTES

 

Primeiramente, importante salientar que os instrumentos perfurantes possuem a forma cilíndrica ou cilíndrico-cônico, dotada de ponta, os quais possuem ponta, e não gume (não cortam, apenas perfuram a pele, tecido musculares, as fibras elásticas, afastando-as).

A ação vulnerante provoca afastamento das fibras elásticas dos tecidos.

Na verdade, como não cortam, elas apenas afastam as fibras elásticas ou musculares da região do corpo.

Para nosso estudo, tais instrumentos são classificados como:

Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre.

Exemplo: agulhas, alfinetes, preguinhos, e etc. Uma vez que o instrumento aplicado na pele, produz um ponto, uma Ferida Puntiforme ou Punctória.

 

Instrumentos Perfurantes de Médio Calibre.

Exemplo: Florete, espeto de churrasco, picador de gelo, e outros

 

INSTRUMENTOS PERFURANTES DE PEQUENO CALIBRE

 

As lesões provocadas por Instrumento Perfurante de Pequeno Calibre denominam-se Feridas Punctórias ou Puntiformes. Exs.: alfinete, agulha, prego, certos espinhos de palmeira.

São instrumentos de diâmetro reduzido, que produzem um ponto na superfície da pele.

 

 INSTRUMENTOS PERFURANTES DE MÉDICO CALIBRE

 

Também possuem a haste cilíndrica ou cilíndrica cônica, cujo diâmetro é maior, mais significativo do que os instrumentos perfurantes de pequeno calibre.

As lesões produzidas seguem, geralmente, a direção das linhas elásticas do corpo.

Uma vez utilizado tal instrumento para lesionar a vítima, o local da lesão possui o aspecto “fusiforme”, “em casa de botão” ou “em botoeira”.

Não é pelo fato de que possui uma haste cilíndrica ou cilíndrica cônica que o instrumento irá produzir uma lesão em círculo, um ferimento circular, mas sim uma ferida em “fenda”, em “casa de botão”, em “botoeira”, em “fuso”.

O Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre, ao penetrar na pele, afasta as fibras elásticas. Quando ele sai do corpo humano, as fibras elásticas não retornam ao seu aspecto normal, resultando em aspecto em “fenda”, em “casa de botão”, em “botoeira”, em “fuso”.

Atenção: Os Instrumentos Perfuro-Cortante de Dois Gumes também produzem ferida com aspecto em “fenda”, em “casa de botão”, em “botoeira”, em “fuso”.

A diferença entre as feridas produzidas por Instrumentos Pérfuro-Cortante de Dois Gumes e por Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre reside no fato de que aquele produz uma ferida em ângulo agudo repuxado, enquanto este provoca uma ferida em ângulo agudo cortado.

Ambos os instrumentos produzem ferida em “fenda”, em “casa de botão”, em “botoeira”, em “fuso”, mas com esta pequena diferença.

 

Segundo Willian Douglas e Rogério Greco, in verbis:

 

“Não havendo corte do tecido, as feridas são de ângulo arredondado, tendo normalmente forma de gota.

As lesões produzidas por instrumento perfurante de médio calibre em uma mesma região do corpo têm a mesma direção, por causa das fibras, que são perfuradas (Lei de Filhos).

Dependendo da área, a perfuração será em bico, quadrada ou estrelar (Lei de Langer).

 

Por conta das lesões produzidas por Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre, Edouard Filhos (ano de 1833) e Karl Ritter Von Langer (ano de 1861) desenvolveram estudos que resultaram nas seguintes leis:

 

LEI DA SEMELHANÇA

1ª LEI DE FILHOS

 

Lei da Semelhança segundo a qual

“as feridas produzidas por Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre são semelhantes às feridas produzidas por Instrumentos Pérfuro-Cortante de Dois Gumes”, pelo simples fato de  produzirem feridas “fenda”, em “casa de botão”, em “botoeira”, em “fuso”.

 

LEI DO PARALELISMO

2ª LEI DE FILHOS

 

Lei do Paralelismo segundo o qual

“as feridas produzidas por Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre, na mesma região, são paralelas entre si.”

 

Segundo Wilson Luiz Palermo Ferreira, in verbis:

 

O interesse médico-legal das Leis de Filhos e Langer reside ao se diferenciar a lesão produzida por instrumento perfurante de médio calibre, das lesões incisas.

Isto porque na primeira hipótese, as lesões tenderão a seguir o sentido das linhas de força das fibras elásticas que existem na pele, enquanto nas lesões incisas não haverá tal padrão, em razão do corte de tais fibras.

Assim, nesta última hipótese, as lesões seguirão o posicionamento do instrumento vulnerante em face da pele, que pode assumir direções e padrões diferentes, conforme o caso.

 

LEI DO POLIMORFISMO

 

Por outro lado, Karl Ritter Von Langer (ano de 1861) desenvolveu a “Lei do Polimorfismo ou Lei da Elasticidade” segundo a qual “as feridas produzidas por Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre, em uma mesma região (ponto) de entrecruzamento e superposição de fibras elásticas, revelam um aspecto estrelado, bizarro, anômalo, de forma irregular”.

As feridas possuem diversos aspectos: “em V”, “ponta de seta”, “poligonal” “triangulo”, “quadrilátero”, isto é, não possuem uma forma definida.

Esta forma irregular de ferida decorre do fato de que no local as fibras elásticas estão aglomeradas, superpostas em diversos sentidos.

Por não possuir uma forma definida, são conhecidas por Feridas Polimorfas.

No local de incidência dos Instrumentos Perfurantes de Pequeno Calibre, há uma confluência de regiões de fibras elásticas de diversos sentidos, em uma mesmo local, umas sobre as outras, formando um aglomerado de fibras elásticas, provocando o surgimento de feridas irregulares de diversas formas.

Segundo Willian Douglas e Rogério Greco, in verbis:

Lei de Langer

“nas regiões onde há cruzamento de muitas fibras, a ferida toma a forma de quadrilátero, triângulo ou seta, resultante do equilíbrio dessas forças (Lei da Elasticidade)”.

 

 

Bons Estudos! 

Professor & Coach Delegado Ronaldo Entringe

O Delegado Ronaldo Entringe é um estudioso na área de preparação para Concursos Públicos - Carreiras Policiais, e certamente irá auxiliá-lo em sua jornada até a aprovação, vencendo os percalços que irão surgir nesta cruzada, sobretudo através do planejamento estratégico das matérias mais recorrentes do certame e o acompanhamento personalizado.

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